quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

no interior da neblina



Se não é possível ver, aguce os outros sentidos.

Se não há limites, há fusão/dissipação/penetração.

Se não se distingue passado e futuro, fica-se no presente.

Se o raciocínio lógico perde função, amplia-se o uso da intuição.

Se não há horizonte, vive-se na eu-esfera.

Se a angústia aflige, evidencia-se o labirinto.

Se não se vê a estrutura, é porque se está por dentro.

Se a neblina causa exaustão, ainda não foi aceita.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O deserto não é um lugar habitual para se chover. 
Mas, choveu, e inundou estradas.
Subtamente a improbabilidade parou a caminhada. 

Demos meia volta, depois de horas de espera e um não cessar de águas.
Pega-se outra estrada.

terça-feira, 31 de julho de 2012

s m s (sitema de movimento sensível)

"menino-flor que brotou em meu coração, vim regar o que me faz bem"

n a d a

tbm sinto saudade. mas, parece que os silêncios se fazem necessários. parece que tudo mudou, ou ao então, tudo mudou de ponto de vista. a percepção foi alterada. à vida foi adicionado um sentido. ao amor foi dada a certeza do presente. a certeza mostrou-se passageira. e o futuro, mesmo que incerto, mostrou que será o melhor que puder ser. espero que este esteja sendo um divisor de águas, e não apenas uma travessia a outra margem seguida de um retorno. parece ser uma bifurcação – e não apenas eu, mas, sinto que algumas pessoas ao meu redor estão também vivendo coisas parecidas, cada qual a sua maneira. "Lá mesmo esqueci que o destino, Sempre me quis só, No deserto sem saudade, sem remorso só, Sem amarras, barco embriagado ao mar". é isso. todas as incertezas estão sendo vividas sem ansiedades e sem dores do que não pode acontecer. afinal, algo há de acontecer, mesmo que não seja o que nós esperamos. sabemos disso.. sabemos que as histórias são paralelas, cada mundo é um multiverso, e tudo pode ser especial se quisermos, e por isso, se eterniza. acho que finalmente tenho vivido o deixar ser, "sem amarras barco embriagado ao mar". a vida é o mar. não temos controle, e qualquer sinal dele é falso. a tentativa de te-lo é apenas um artifício do ego para buscar se estabilizar em algo que se esvai. e que luta difícil essa com o sr ego! tento silencia-lo dizendo "tá, passa.. passa.." assim como vc me ensinou. e nisso, vejo que tenho meditado como nunca antes havia meditado em minha vida, e o quanto isso de fato faz sentido ao viver. tenho me entendido um pouco mais. e há coisas que tenho preferido não pensar, porque meu ego poderia falar mais alto, e me auto-destruir, então, tenho deixado passar.. e na hora certa (que jamais saberei qual é) uma compreensão virá.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

d i á l o g o

comunicação como troca de memória se faz compreender para mim, a partir do momento em que só podemos passar uma informação quando a temos retida em alguma parte de nosso corpo, por isso, informação torna-se um arquivo de memória. mas, também, informar não é comunicar. a comunicação envolve processos muito mais orgânicos, dinâmicos e complexos do que uma suposta transmissão de informação, de um hardware p outro.

o pre-texto é como um con-texto, pois, trata de tentarmos entender quais são as relações e diálogos que pretendemos elaborar aqui partindo desse con-viver, distanciado pelo mar, porém, próximo pela matéria que nos intermediará, que por hora são estes bits de informação da virtualidade, mas que daqui há algumas trocas poderá ser uma folha de papel, um tecido, folhas, madeira, infinitamente até que nossa imaginação permita.

e como disse, para mim, há sim algo antes da comunicação, que é a emoção, e é ela que faz querer agir, e é a emoção, ou mais precisamente o amor biológico (maturana) que permiti estabelecer convivência com o outro, e a vida, de modo geral, só se reproduz, multiplica e dissipa devido à esse convívio multifacetado, pois somos todos seres interdependentes – a vida na Terra se faz assim.

a comunicação só faz sentido quando se torna um processo de aprendizagem – porque senão é apenas transmissão de informação hardware-hardware. e efetivamente só aprendemos quando as coisas criam sentido em nossa vida.

então, pronto: qual o sentido disso tudo? se queremos comunicar, de algum modo queremos aprender. aprender o que? quais as nossas pretensões? porque nos disponibilizamos assim? a estar a falar, trocar, aprender, independente da distância física?

de verdade, eu quero muito ser alguém melhor. eu preciso limpar minha mente do mundo da informação que, de uma forma ou de outra, está em mim há 22 anos. eu preciso encontrar meu equilíbrio interno mediante perturbações externas e/ou aquelas que eu nem sei de onde vem (quero aprender a me guiar pelo calendário maia). preciso transformar angústias em ações efetivas.
quero me transformar para poder ver o mundo transformado – ou ter força para transformá-lo.
é isso que quero. e por isso me ponho aqui, a escrever, refletir..

porque, nossas ações devem ter um sentido, não? mesmo os sem-sentido tem um sentido.
isso permite que esse trabalho, mesmo sem saber por onde caminhará, tenha um norte.
e por diversos caminhos pode se chegar no norte.
precisamos, primeiro, ter dentro de nós essa guia.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

faltando um pedaço

devo estar a flutuar.
não sinto o chão.
não vejo a neblina e nem tão pouco o azul do céu.
onde estou?
falta em mim a mim mesma.
sinto saudade.
gostava que voltasses.
ter-te aqui, a me ajudar no dia a dia.
onde estás?
tuas metáforas me fazem refletir tão bem sobre a vida.
falta-me dor? por isso que não vens?
falta-me alegria intensa?
eu te abandonei, e não tu a mim?
fica difícil escrever qualquer coisa sem tua presença.
pareço ficar menos doce, menos sensível, menos viva.
e as palavras vem sem configuração certa, sem estética.
tás a dormir... é isso...
sei que na hora certa acordarás,
e serás novamente companheira!

agora, paro de esperar as pessoas
e espero por ti

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

. . . .

apenas (h)a neblina